Nada pode preencher nossa solidão, porque nada pode nos acompanhar por todo tempo, exceto nós mesmos e nossos pensamentos; por este motivo, eu tenho me acostumado com o silêncio e as salas vazias. A tela em branco nos faz reconhecer as cores, assim como a solidão nos permite enxegar além das palavas. A solidão como exercício não nos torna solitários, mas muito mais sensitivos, muito mais aguçados. O diálogo interior é necessário. Então, eu vi em minha mente a figura mitológica do Pégaso e percebi como o pensamento pode ser forte, ecoando eternamente através de tudo que fazemos, das pegadas que deixamos. O pensamento é que nos torna imortais através das nossas palavras, da nossa criatividade que molda sons, formas, imagens. É na solidão que se manifesta o dom da criação e somente através dela nos tornamos aquilo para o que fomos criados.

Quem pode deter o vôo de uma mente livre?
Que convenção social, lei, norma ou força pode deter um pensamento?
Como Pégaso, meu pensamento anseia pela liberdade que o corpo não permite.
A imensidão será minha! Quem quer me acompanhar?