A areia fina das ampulhetas
Todos os dias, perdemos!
E nossos frágeis pensamentos
são o pó nas asas de uma borboleta...

As paredes vão sendo erguidas,
enquanto seguimos na caminhada,
demolindo toda a esperança
e a arquitetura de outras lembranças
nos conclui quase nada.

Porém há janelas nessas salas
(fortemente construídas)
permitindo antigos espetáculos
um mesmo cenário em outras cores
(num último ato),
onde somos os infelizes atores:

"Perdi a face infantil da Lua!"
"Nossas palavras foram extintas!"
e esse silêncio, esse silêncio não finda...